Quando entrar em campo na próxima quinta-feira, às 19h15 (de Brasília) contra o Real Garcilaso, em Cusco, para estrear na Libertadores de 2018, o Santos terá uma formação que ainda não é a ideal, mas que foi moldada com paciência, testes, erros e acertos nos dois meses desta temporada ainda no inicio.
A partida no Peru marca o fim dessa primeira parte do trabalho do técnico Jair Ventura, que colocou os pés na Vila Belmiro em janeiro, em meio a uma reconstrução, como uma diretoria recém-eleita e um elenco com muitos problemas.
Jair encontrou as soluções possíveis nesse período e, assim, o time inicia a busca pelo tetracampeonato continental em momento de ascensão após três vitórias consecutivas no Campeonato Paulista.
O time titular:
Vanderlei; Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz e Jean Mota; Alison, Renato e Vecchio; Eduardo Sasha, Copete e Gabigol. Esse deve ser o time que Jair Ventura escalará contra o Real Garcilaso. Mas como ele chegou à equipe que possivelmente estreia no torneio?
Praticamente todos tiveram chances. Entre os jogadores da lista principal de inscritos no estadual, só não foram utilizados ainda o zagueiro Cleber, que teve uma lesão muscular, e o volante Yuri, que fraturou um dedo do pé direito, além dos goleiros João Paulo e Vladimir.
Entre os atletas da lista espefícica de jogadores da base do clube, o zagueiro Matheus Guedes e o meia Gabriel Calabres aguardam chances. Arthur Gomes, Rodrygo, Yuri Alberto, Robson Bambu e Guilherme Nunes ganharam oportunidades em campo.
Com lesões e atletas que não agradaram, o time mudou desde a estreia no Paulista contra o Linense:
Victor Ferraz e Bruno Henrique, que iniciaram 2018 como titulares de Jair, tiveram lesões. Daniel Guedes e Eduardo Sasha os substituíram. Ferraz já iniciou os treinamentos no campo, enquanto Bruno Henrique não tem previsão de retorno. O atacante ainda está suspenso por cinco jogos da Libertadores por cuspir num rival na edição de 2017 – o Santos recorre da punição;
A lateral esquerda, por muito tempo, foi motivo de problemas para o treinador. O ano começou com Romário (que nem foi inscrito na Libertadores) na posição, depois teve a entrada de Caju... A dupla somou apresentações irregulares e não foi mantida pelo treinador, que optou por improvisar o meia Jean Mota na posição, como muitas vezes atuou em 2017. Dodô foi contratado para a posição, mas ainda não estreou;
Jair testou diversos atletas no meio-campo, como Matheus Jesus, Léo Cittadini, Vitor Bueno e Guilherme Nunes, mas o setor não sofreu alterações desde o início do ano. Alison, Renato e Vecchio são os titulares. O argentino, inclusive, começou todos os jogos da temporada;
Após a lesão de Bruno Henrique, Arthur Gomes foi titular em grande parte da temporada, mas perdeu a posição para Eduardo Sasha, que se tornou destaque da equipe;
Por conta da carência de centroavantes, Rodrigão começou a temporada como titular na posição. Antes mesmo da chegada de Gabigol, já havia perdido o posto para Eduardo Sasha, que jogou centralizado em alguns jogos. Agora, o trio de ataque é formado por Sasha (na direita), Copete (na esquerda) e Gabigol (centralizado).
A receita:
São três vitórias consecutivas – uma delas em clássico contra o São Paulo – sem sofrer gols. O Santos tomou forma e cresceu na hora certa da temporada. Começa a Libertadores com um time entrosado, no melhor momento do ano. Mas, o que foi feito para isso?
Em entrevistas, o técnico Jair Ventura diz fazer anamnese no time – o termo é utilizado na medicina para se referir à entrevista do médico com um paciente para o diagnóstico de uma doença. No futebol, significa conversar com os atletas, saber suas características, além de seus pontos fortes e fracos. Desde que chegou ao Santos, o técnico teve e continua tendo conversas particulares com cada jogador do elenco. No bate-papo, ele faz perguntas não apenas sobre futebol, mas também sobre assuntos fora das quatro linhas.
Jair também é citado como um bom gestor de pessoas. A relação dele com os funcionários do clube é tida como exemplo, e ele é constantemente elogiado por atletas em entrevistas.
Em meio a esse trabalho, alguns jogadores ganharam pontos com o treinador. Outros, perderam espaço:
Subiram
Gabigol:
chegou após temporadas ruins na Europa e elevou o patamar do Santos na busca por títulos em 2018. Não passou em branco em nenhuma partida desde seu retorno ao Peixe, com quatro gols em quatro jogos;
Eduardo Sasha:
gerou desconfiança da torcida quando foi contratado, mas conquistou a vaga de titular. É um dos jogadores mais importantes do time no momento;
Daniel Guedes:
substituiu o lesionado Victor Ferraz e não desperdiçou a chance. Vem de boas atuações e é o jogador com mais assistências do Santos no ano, ao lado de Vecchio e Copete, com três passes para gol;
Jean Mota:
ganhou oportunidades em sua posição de origem (meio de campo), mas novamente se firmou como lateral-esquerdo, função que desempenha muito bem. É a melhor opção de Jair no setor no momento (Dodô, quarto reforço para a temporada, ainda não está à disposição).
Caíram
Caju:
ganhou diversas oportunidades como titular, mas não aproveitou – Romário, contratado neste ano, começou o ano entre os 11, mas não convenceu e ficou fora dos jogadores inscritos para a Libertadores;
Rodrigão:
o atacante foi titular quando a posição era um deserto. Com a chegada de Gabigol e Sasha, tornou-se uma da últimas opções do setor. Está com amigdalite e nem viajou para o Peru;
Victor Ferraz:
em recuperação de luxação no ombro, viu Daniel Guedes assumir (e bem) sua vaga na equipe. Antes de se machucar, o camisa 4 não vivia um bom momento. Vai ser difícil recuperar o espaço.
Santos e Real Garcilaso estão no Grupo 6 da Libertadores, que tem também o Estudiantes, da Argentina, e o Nacional, do Uruguai.
Fonte : globo esporte
