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Cocaína. Camaro. Caminhonete batida. Farras. Sumiços. Diogo Vitor


O que está por trás da rebeldia sem controle do atacante? A morte dos pais? A falta de limites? Por que o Santos decidiu dar esta última chance?

Estava em uma caminhonete que se espatifou em uma parede.

Se ausentou do clube dizendo ter de ir ao funeral da avó.

A mentira foi descoberta quando os dirigentes foram dar condolências.

E falaram com a avó que estava viva, saudável.

Já comprou e teve de devolver um Camaro por falta de pagamento.

No litoral paulista é conhecido frequentador de baladas.

Para raiva dos treinadores santistas.

Tudo piorou de vez na partida contra o Botafogo, pelo Paulista.

Foi flagrado e suspenso pelo uso de cocaína.

Primeiro negou e depois assumiu.

Aos 21 anos, Diogo Vitor já deu todos os motivos possíveis para ser dispensado do Santos. Além dos atos que praticou, há o pior exemplo possível, deixado aos companheiros. Passa a certeza de que ele é protegido da diretoria. Que tudo pode e nenhuma punição o atinge.

Seu contrato renovado por três anos, que garante R$ 80 mil mensais, voltou a valer depois que ele assumiu ontem ter consumido cocaína em uma festa, algo que jurava não ter feito.

E com a proteção do ex-jogador e comentarista Walter Casagrande, o atacante terá seu retorno garantido à Vila Belmiro. Desde que se comprometa a buscar tratamento para escapar da cocaína.

O que faz o Santos Futebol Clube tolerar tantos problemas criados por um jogador.

"O potencial do garoto é sensacional. Se ele levar a sério a carreira terá tudo para ser um excelente atacante. Tem força, habilidade, faro de gol. É preciso dar chance, cuidar do Diogo", repete Clodoaldo a importantes conselheiros santistas.

Como um dos maiores volantes da história do futebol brasileiro, Clodoaldo insiste que o principal entrave está na infância sofrida do atacante. Ele perdeu o pai com cinco anos e a mãe com 15. Nascido na minúscula cidade mineira de Coqueiral, foi criado pela avó, a que 'matou'.

De personalidade forte, Clodoaldo avisa aos conselheiros revoltados que nunca houve quem pudesse realmente orientar o garoto.

O presidente José Carlos Peres é uma das pessoas que foi convencida que vale a pena seguir apostando. Mas não foi convencido só por Clodoaldo. Ele ouviu muito os conselhos do empresário Wagner Ribeiro.

O agente o lembrou que o Real Madrid B e clubes portugueses já se interessaram no atletas no passado. É possível recuperá-lo e ainda lucrar muito com o atacante.

O homem que agenciou Kaká, Robinho, Neymar, Gabigol vê potencial importante no jogador. Ele se associou a Willian Barile para cuidar da carreira do garoto.

Ou seja, Peres acreditou em tudo que foi dito por Ribeiro. E decidiu salvar a carreira do atacante. Desde que se submeta à um tratamento contra a dependência da cocaína.

A realidade é que o dirigente tem medo de simplesmente rescindir contrato e perder muito dinheiro com um atacante de grande potencial. Só por isso esta situação se arrasta.

Casagrande teve responsabilidade sobre a difícil postura do atacante. A princípio, ele tentou negar o óbvio. Repetia, por meio de Barille, que não havia usado droga alguma.

Mas o ex-jogador do Corinthians que não esconde que foi dependente por décadas de cocaína, foi firme com Diogo. Disse que se ele assumisse o problema teria o respaldo popular. Todos ficariam ao seu lado, se ele realmente se comprometesse a se afastar das drogas.

"Eu não sou nenhum drogado. Todos apontam o dedo, mas eu errei mesmo. Vou fazer o que? Vou dar a volta por cima. Eu errei e foi só aquela vez. Eu quero mostrar para o Santos e para todos que me apoiaram que eu posso e vou retribuir isso, podem esperar", prometeu, em entrevista ao Lance! E confirmou que cheirou cocaína em uma festa. Por isso foi flagrado no Paulista, na partida entre Santos e Botafogo.

O único erro que o atacante já havia admitido foi o pênalti que perdeu na decisão da semifinal do Paulista, diante do Palmeiras.

"Hoje to vindo aqui me desculpar pelo meu grande erro e tamb venho agradecer o apoio de toda a torcida que nos apoiaram e me apoiou no pior momento da minha carreira, Mais pego esse erro como aprendizado e não vou abaixar a cabeça. Obrigado a todos torcedores santista e a todos que vem me apoiando", escreveu no seu instagram.

Mas negou por meses ter consumido a droga.

Ao assumir a cocaína em entrevista, Diogo Vitor deu o primeiro passo combinado com Casagrande e Peres. O segundo será iniciar o tratamento para evitar qualquer dependência.

Dorival Júnior e Jair Ventura haviam ficado extremamente decepcionados com o garoto.

Cuca, não.

E está disposto a dar crédito ao atacante.

Desde que ele cumpra o que está prometendo.

E passe a treinar sério.

Primeiro sozinho, longe dos companheiros, já que está suspenso.

Mas o treinador sabe que o Santos já deu inúmeras chances.

Diogo não as aproveitou.

Cuca já falou a Peres que é preciso ajudar mas por um limite.

Para não perder o restante do grupo, os outros jogadores.

Ou seja, está tudo nas mãos de Diogo Vitor.

Ele é um dos jogadores que mais foi perdoado da história santista.

Só que chegou ao limite.

Conselheiros que sustentam Peres no cargo já o avisaram.

Ou o garoto toma jeito ou o caminho é a rescisão.

O recado foi dado.

Ele e seus empresários já sabem

Ou se enquadra e se assume como jogador profissional.

Ou acabará seu espaço no Santos.

Nem mesmo Casagrande e Clodoaldo poderão salvá-lo...

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