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Santos investiga fraude interna e cogita "golpe político" em caso Sánchez

O "caso Sánchez" ainda deve causar muita polêmica na Vila Belmiro. Além de brigar na Justiça contra a decisão da Conmebol, o Santos resolveu fazer uma investigação interna pois suspeita de uma fraude. Segundo apurou o UOL Esporte, o presidente José Carlos Peres não pretender expor isso publicamente no momento, mas desconfia que algum profissional do clube sabia que Sánchez estava suspenso e não evitou todo o imbróglio de propósito.

Para os apoiadores de Peres dentro do clube, o "caso Sánchez" pode ser uma tentativa da oposição de sacramentar o impeachment do mandatário. Vale lembrar que a reunião que votaria a saída ou não do dirigente ocorreria nesta quinta-feira, dois dias após a eliminação na Libertadores, mas foi adiada para o início de setembro.

Em meio a investigação, a diretoria santista conversou com o funcionário que seria o responsável por enviar o e-mail a Conmebol para confirmar sobre a suspensão de Carlos Sánchez. Esta pessoa já admitiu que se esqueceu de enviar o documento a entidade máxima do futebol sul-americano.

O simples relato de que "se esqueceu" gerou desconfianças entre os dirigentes santistas. Agora eles prometem sabatinar outros dirigentes responsáveis por inscrição de jogadores no clube.

Outras desconfianças dos aliados de Peres
Além disso, integrantes da cúpula de Peres alegam que, no dia do jogo de ida contra o Independente, um dos líderes oposicionistas do Santos estava na Vila Belmiro e disse a mais de uma pessoa que estouraria uma "bomba" no clube naquele dia.

Outro fator que gerou desconfiança na cúpula de Peres é que um dia antes da partida, no treino do Santos no CT do Racing, da Argentina, o assunto sobre inscrição irregular de jogadores foi bastante comentado no campo por dirigentes e funcionários do clube paulista.

Eles comentavam sobre o caso do Deportes Temuco contra o San Lorenzo, na atual edição da Copa Sul-Americana. O time chileno venceu por 2 a 1, mas teve o resultado mudado para derrota por 3 a 0 pela escalação irregular do meia Jonathan Requena. O Temuco alegou que consultou o "Comet" e o sistema não informou que o jogador estava impossibilitado de jogar o torneio, mas o tribunal da Conmebol não aceitou o argumentou e também puniu os chilenos.

Nesta conversa, os envolvidos fizeram questão de dizer que o Santos poderia ficar tranquilo e que a situação estava sob controle.

Resumindo, eles interpretam que o "caso Sánchez" não era uma surpresa como de fato está sendo exposto ao público. Antes do jogo, já havia a preocupação e foi realizada a consulta no Comet, sistema da Conmebol destinado, entre outras coisas, para o registro de jogadores e arquivamento de súmulas.

O problema é que os responsáveis pelo caso não entraram em contato com a Conmebol. O resultado disso foi a punição e o clube declarado perdedor (3 a 0) no duelo de ida contra o Independiente. Com o placar de 0 a 0 no jogo de volta, que terminou antes de seu final, aos 35 minutos, por falta de segurança e riscos de invasão da torcida, o Santos foi eliminado da competição.

Há quem diga na Vila Belmiro que a possibilidade de fraude levantada internamente serve somente para amenizar o descontentamento de conselheiros e sócios em relação ao presidente Peres. Isso porque o impeachment do dirigente será votado no Conselho Deliberativo no início de setembro e, caso dois terços dos presentes votem a favor, o "sim ou não" para a saída do mandatário será votado pelos sócios em Assembleia Geral.

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